As realizações do político foram muito além dos projetos habitacionais com os seus famosos mutirões, a exemplo da Vila Esperança e o Conjunto Filostro Machado. Ações também trouxeram benefícios para a economia e educação.
Claudius Brito
Na última terça-feira, 09/11, Goiás amanheceu em luto com a morte de Iris Rezende. Um político que construiu uma história rica não só pelos cargos que ocupou. Mas, sobretudo, pelo seu carisma.
Iris faleceu aos 87 anos de idade. Em agosto último, ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, deste então, estava internado e travando uma luta gigante pela vida. Infelizmente, ele não conseguiu vencer a batalha
Mas, certamente, o seu legado e a sua memória permanecerão vivas na história de Goiás, do Brasil e, também, na história de Anápolis.
Por aqui, muitos conhecem a contribuição de Iris Rezende na área habitacional. O ex-governador teve seu nome e atuação reconhecidos nacionalmente pelos mutirões da casa própria.

Em Anápolis, o primeiro foi a Vila Esperança, na região Sul, onde foram erguidas 500 casas com o trabalho braçal dos próprios moradores, sob a coordenação do então governador. Isso, no início da década de 1980, no seu primeiro mandato.
No segundo mandato, na década de 1990, de forma visionária, Iris levou o mutirão para a região Leste e, lá, também no sistema de mutirão mas com um formato diferente do anterior, foram erguidas mais de mil residências, as quais foram entregues em duas etapas.
O nome do residencial é uma homenagem ao pai de Iris, Filostro Machado Carneiro. Contudo, o legado de Iris para Anápolis não se restringe ao setor habitacional e aos mutirões.
Industrialização
Em meados da década de 1970, era inaugurado o Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA). Uma estrutura voltada a receber plantas fabris.
O que, na época, era um projeto arrojado para Goiás, que tinha uma economia predominantemente primária, ou seja, produzia matérias-primas e produtos in natura. Não se agregava valor a essa produção, que ia para outros estados e voltava na forma de produtos industrializados.
O DAIA, entretanto, não decolou no princípio. O motivo: falta de atratividade para os investidores.
Essa realidade só foi mudada em meados da década de 1980, na gestão de Iris Rezende, com a criação do programa de incentivos fiscais denominado Fomentar.
Esse programa foi responsável por abrir portas aos empreendimentos industriais e, consequentemente, à transformação que a industrialização trouxe para a economia de Goiás e, em especial, de Anápolis.
Quando foi ministro da Justiça, Iris Rezende também deu sua contribuição na consolidação de um outro projeto importante para Anápolis e Goiás, que foi a viabilização da Estação Aduaneira Interior, o Porto Seco.
Educação
Além disso, o Município recebeu vários benefícios na área da educação. Com Adhemar Santillo na secretaria estadual de Educação, Anápolis teve a construção e ampliação de várias escolas da rede, o que possibilitou, na época, ampliar o ensino de segundo grau.
O que, então, era um grande desafio para a cidade.
Iris Rezende também teve participação no trabalho que resultou na criação da Universidade Estadual de Anápolis, a Uniana, que mais tarde ou à denominação de UEG (Universidade Estadual de Goiás).
Carreira e família
Iris Rezende foi um dos políticos mais brilhantes do Estado. Começou a carreira como líder estudantil, foi vereador na capital, deputado estadual, duas vezes governador, quatro vezes prefeito de Goiânia, ministro nas pastas de Justiça e de Agricultura.
Enfim, uma carreira longa e sem mácula.
Natural de Cristianópolis, Iris Rezende era caso com Dona Íris Araújo, que foi deputada federal, e pai de três filhos: Ana Paula Rezende Machado Craveiro, Cristiano Rezende e Adriana Rezende.
