No final de maio deste ano, o estudante americano Cameron Robbins, 18 anos, morador de Louisiana, pulou no mar infestado de tubarões e desapareceu. Ele celebrava a formatura do ensino médio em um cruzeiro nas Bahamas quando se atirou, depois de ser desafiado por amigos.
O que era para ser uma viagem de diversão tornou-se uma tragédia. Robbins foi visto pela última vez a poucos metros do barco.
Com seu desaparecimento, as buscas começaram. O barco permaneceu na área por horas, enquanto a tripulação tentava encontrar seu corpo.
Este é um triste episódio marcado pela imprudência.
Ficamos sensibilizados quando pensamos na família e em todo o sofrimento que o ato impensado causou, já que houve a perda de uma vida preciosa. A imprudência é uma ação não pensada, executada sem precauções, marcada pela violação das regras de conduta ensinadas pela experiência.
Age com imprudência quem não julga bem o que está fazendo e não avalia bem as implicações de seus atos na tentativa de mostrar uma coragem tola, resultado da irreflexão.
Age com imprudência o profissional que precisa tomar uma decisão sensata e o faz sem avaliar os riscos. Também age assim o homem que não considera sua família ao tomar suas decisões narcisistas, a mulher que despreza seu lar por causa de uma paixão, o funcionário impetuoso que despreza os maus resultados de sua irresponsabilidade.
Muitas pessoas sofrem os graves efeitos da imprudência.
No livro de Provérbios há várias advertências sobre o bom senso e a prudência:
▪️“Pois a imprudência dos néscios os matará; e o falso bem-estar dos insensatos os levará à destruição.” (Pv 1.32)
▪️“Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.” (Pv 4.1)
▪️“O homem prudente vigia os seus os.” (Pr 14, 15)
▪️”O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as conseqüências.” (Pv 22.3)
Tomás de Aquino incluiu a prudência entre as quatro virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza e temperança. Em torno dessas quatro todas as outras existem e é oportuno lembrar que Jesus ensinou aos seus discípulos: “Sede simples como as pombas e prudentes como as serpentes.” (Mt 10.16)
A prudência livra nossos pés da queda, lança as bases da excelência e do triunfo. Um ditado popular afirma que “prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, mas a prudência, como qualquer virtude; exige aprendizado e experiência.
Aristóteles afirmava que os jovens são imprudentes pelo simples fato de serem jovens e por não terem vivido o suficiente para adquirir prudência. Ele também a chamava de bom senso. Todas as virtudes são condicionadas à prudência e, lembrando mais uma vez o que disse Aristóteles: “Não é possível ser homem de bem sem prudência, nem prudente sem virtude moral”.
